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dia 2
Do Funchal,
O Patriota.
#há200anos
A 2 de julho de 1821 foi publicado, pela 1.ª vez, O Patriota Funchalense, o primeiro jornal madeirense.
Inaugurado em 2013 em Câmara de Lobos, o MIM - Museu de Imprensa - Madeira aguarda a sua visita.
Juntaram-se as Cortes em janeiro, discutiram, aprovaram e juraram as Bases da Constituição […]. Pedia o amor do bem público e pedia a causa da liberdade que uma ordem do governo mandasse fazer uma numerosa edição das Bases […] e distribuí-las gratuitamente por todo o reino, mandando que os mestres fizessem aprender por elas […], porque assim fizeram a escola da fábrica do tabaco e o redactor do Patriota Funchalense para as escolas da Madeira, lê-se da carta de um leitor na edição de 17 de dezembro de 1821, transcrita na pp. 257 da obra Glória, Memória e Mito: O Periodismo Vintista (1820-1823) de José Augusto dos Santos Alves.
De outro periódico, cita-se do mesmo autor, «campo de confronto entre leitores, o Astro da Lusitania acolhe correspondência vária, proveniente de diferentes localidades, correspondência que, por vezes, em linguagem impertinentemente prolixa, nos fornece interessantes pormenores sobre os problemas que afectam a quotidianeidade dos localismos e dos paroquialismos, tal como os problemas pessoais de quem reivindica, depois de 24 de agosto, melhor vida». O autor, referindo-se a uma carta publicada na edição n.º 181, a 2 de julho de 1821, escreveu: «Mas, se os circuitos da economia e do comércio, para além do que representam para a produção de riqueza, têm uma função ética a desempenhar, uma outra moral surge no contexto do multifacetado conteúdo do Astro. É o caso da corrida de touros, herdada da cultura árabe e do fatalismo, que lhe está associado:
"Todos sabem que os mouros se estabeleceram na Península […] fundando seu império sobre as ruídas da dominação gótica […], deixando, porém, entre nós alguns dos seus usos e costumes, bem como muitas das suas palavras. Parece que, por um lado estranho, só herdámos aqueles costumes que neles eram repreensíveis, como por exemplo as corridas de touros. E se um tal uso era repreensível em um povo que segue o fatalismo, como o não será muito mais em uma nação que professa a religião cristã? Que estranha coisa não é o ver um homem contender com um irracional, cujas iras têm sido atiçadas por bárbaros trantamentos! Maltratar por divertimento um animal que a natureza criou para aliviar o homem nos peníveis trabalhos do campo […]. As repetidas desgraças resolveram o antigo despótico governo a proibir as corridas de touros […]. Hoje, porém, debaixo de um governo constitucional, permitem-se […]. Não é com tais procedimentos que o governo se há-de ilustrar nos anais da regeneração portuguesa".»

#há200anos, antes da 1.ª lei que defendeu a Liberdade de Imprensa, o ano de 1821 já tinha ficado marcado pela morte de Napoleão Bonaparte (a 5 de maio, na ilha isolada de Santa Helena; efemérides: no mesmo dia em que o jornal britânico The Manchester Guardian foi publicado pela primeira vez).
Em Portugal, o fim do Tribunal do Santo Ofício ocorreu a a 31 de março; a 5 de abril o diploma foi promulgado; soube-se quem iria trabalhar no espólio a 2 de julho; e apresentaram-se ao serviço a 9 de julho.
Outro evento a 2 de julho, mas de 2021:
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5.º Colóquio internacional Mudanças Estruturais do Jornalismo (MEJOR)
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